26 de agosto de 2021
FEATURE
Um novo tipo de cura com o apoio da Apple
Startup de biotecnologia SweetBio e empresa de capital de risco VamosVentures são financiadas pela iniciativa de igualdade e justiça racial da Apple
Há dois anos, Lauro Salvador lesionou o pé em um acidente de trabalho, mas o sofrimento desse diabético de 55 anos estava longe de acabar.
Salvador recebeu alta médica para voltar ao trabalho, mas o ferimento ainda não havia cicatrizado e seu pé piorou progressivamente. Ele acabou retornando ao pronto-socorro do Regional One Health em Memphis.
Os médicos tentaram salvar seu pé, mas depois que a primeira cirurgia falhou, sugeriram amputá-lo.
“Pedi para não fazerem isso”, disse Salvador. “Fiquei com muito medo. Perguntei se não havia outra opção.”
O médico Tony Alleman então sugeriu um tratamento com um novo produto para feridas da SweetBio.
A SweetBio foi fundada pelos irmãos Kayla Rodriguez Graff e Isaac Rodriguez de Porto Rico. O objetivo deles é melhorar o tratamento de feridas para todos. Para isso, eles aproveitaram o poder de uma fonte surpreendente: o mel. Mais especificamente, o mel de Manuka, derivado das abelhas polinizadoras da árvore Manuka, que demonstrou ter propriedades antibacterianas e cicatrizantes em alguns estudos.
A SweetBio é uma das diversas empresas de fundadores latinos a receber o financiamento da VamosVentures, uma empresa de fundo de capital de risco que investe em empresas de tecnologia nacionais e diversificadas.
Como parte da nova iniciativa de igualdade e justiça racial (Racial Equity and Justice Initiative, REJI) da Apple, a empresa investiu US$ 50 milhões em diversas empresas de fundadores negros e latinos, inclusive a VamosVentures.
“Queremos ser mais do que apenas outro fundo de investimento”, disse Marcos Gonzalez, fundador da VamosVentures que migrou do México para os EUA com os pais. “Queremos criar um portfólio de empresas lideradas por fundadores latinos e heterogêneos e que possam provocar grande impacto social e econômico. O compromisso importante da Apple com nosso fundo mostra que a empresa reconhece os desafios enfrentados por essas empresas e que ela quer fazer parte da solução.”
Gonzalez viu na SweetBio uma oportunidade de apoiar tanto empresas fundadas por latinos quanto solucionar um grande problema da ampla comunidade latina.
“Além de acreditarmos na missão e nesses fundadores e reconhecermos os desafios enfrentados por pessoas negras, principalmente mulheres, acreditamos que o produto que eles desenvolvem pode transformar comunidades negras”, disse Gonzalez.
Para Kayla, com histórico empresarial, e Isaac, PhD em engenharia biomédica, desenvolver um produto que pode ajudar tantas pessoas foi a maior motivação da SweetBio.
“O mel é usado para tratar feridas desde o Egito Antigo”, disse Isaac, que chamou o produto de APIS em homenagem a Apis mellifera, o nome científico da abelha. “Ele continua sendo usado nos hospitais, mas faz sujeira e não pode ser armazenado. Então usamos a bioengenharia para disponibilizar o ingrediente em uma placa maleável que pode ser manipulada com facilidade.”
“Percebemos que a maior demanda era no tratamento de feridas, principalmente de úlceras diabéticas”, disse Kayla. “As comunidades negras são mais afetadas pela diabetes, então começamos explorando-as.”
Os médicos do Regional One Health já usam o APIS da SweetBio há um ano como parte de um programa piloto.
“A população de Memphis é cerca de 60% afro-americana, e muitos de nossos pacientes vivem na linha da pobreza ou abaixo dela”, disse o dr. Reginald Coopwood, presidente e CEO do Regional One Health. “Por isso, tenho muito orgulho de termos fundado nosso centro de inovações que permite o acesso a startups como a SweetBio, empresas que tentam encontrar maneiras novas e inovadores de solucionar problemas de saúde crônicos de populações desfavorecidas.”
Ele dirige o centro de tratamento de feridas do hospital e viu resultados positivos do produto da SweetBio em diversos pacientes.
“Acredito que o APIS é um produto ótimo e fácil de usar”, disse Alleman. “Tentamos diversos tratamentos em vão para uma ferida no pé de um paciente diabético. Então experimentamos o produto da SweetBio e, em duas semanas, a ferida cicatrizou.”
O dr. Alleman também usou o APIS em Lauro Salvador como parte de um tratamento alternativo para evitar a amputação. Como resultado, a ferida cicatrizou.
“No começo, eu estava com receio de experimentar um produto novo, mas ele salvou meu pé”, disse Salvador, que depois soube que o APIS foi criado por uma empresa de fundadores latinos. “Saber que isso é feito por membros da minha comunidade é um motivo de orgulho.”
Kayla e Isaac esperam que essas histórias de sucesso sejam apenas o começo, pois estão trabalhando para aumentar a produção e disponibilizar o produto para o país todo até o fim de 2022. Além do programa piloto no Regional One Health, que resultará em um estudo retrospectivo, está sendo realizado um experimento clínico em colaboração com a Vanderbilt University.
“Ter uma empresa como a Apple apoiando nosso sonho nos motiva a continuar”, disse Isaac. “Isso permite traduzir nossas ideias, e as ideias ousadas de gerações futuras, em produtos e serviços que melhorarão a qualidade de vida das pessoas.”
“Isaac e eu criamos a empresa para ajudar na cura das pessoas”, disse Kayla. “No começo, eu não entendia que estamos ajudando a curar feridas, mas, mais do que isso, estamos ajudando na cura de famílias e comunidades. Esse tipo de mudança envolve uma comunidade inteira e temos muito orgulho do apoio da VamosVentures e da Apple em nossa trajetória.”
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